O tão pouco que me corrói
é o muito que o satisfaz
e muito mais alegre fica
com minha desdita.
A minha queda deixa-o tonto,
mas satisfeito.
Meu medo deixa-o estupefato,
mas, sensato, não mostra, gosta
e antegoza no íntimo.
O mínimo que sei deixa-me feliz,
como uma atriz que ao palco sobe,
frases decoradas,
e a personagem se abre, inteiro.
Nada vi que não gostei,
que não soubesse o gosto,
que desse desgosto primeiro.
Se não sei por onde ando, desando,
olho para os lados, esguio,
tímido de olhares furtivos, vivos.
Agora já não penso, existo,
misto de querer e não poder,
de saber e não conhecer.
Então, olhas para mim, feliz,
e diz:
conte comigo! (meu inimigo)
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