O tão pouco que me corrói
é o muito que o satisfaz
e muito mais alegre fica
com minha desdita.
A minha queda deixa-o tonto,
mas satisfeito.
Meu medo deixa-o estupefato,
mas, sensato, não mostra, gosta
e antegoza no íntimo.
O mínimo que sei deixa-me feliz,
como uma atriz que ao palco sobe,
frases decoradas,
e a personagem se abre, inteiro.
Nada vi que não gostei,
que não soubesse o gosto,
que desse desgosto primeiro.
Se não sei por onde ando, desando,
olho para os lados, esguio,
tímido de olhares furtivos, vivos.
Agora já não penso, existo,
misto de querer e não poder,
de saber e não conhecer.
Então, olhas para mim, feliz,
e diz:
conte comigo! (meu inimigo)
Busca Bum
terça-feira, 31 de julho de 2007
Noite e dia
Todo o dia o sol nasce, o sol se põe, a noite vem.
A noite se vai, o sol nasce e o sol se põe.
O sol se põe, a noite vem, o dia nasce.
quando vou ao trabalho,
o sol nasce, o sol se põe e a noite vem,
quando chego em casa,
a noite se vai, o sol nasce e o sol se põe,
quando vou dormir,
o sol se põe, a noite vem, o dia nasce.
Hoje tinha uma linda lua no céu!
A noite se vai, o sol nasce e o sol se põe.
O sol se põe, a noite vem, o dia nasce.
quando vou ao trabalho,
o sol nasce, o sol se põe e a noite vem,
quando chego em casa,
a noite se vai, o sol nasce e o sol se põe,
quando vou dormir,
o sol se põe, a noite vem, o dia nasce.
Hoje tinha uma linda lua no céu!
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Poema
poema!
põe a mão no pó,
amassa a massa
manuseia o seio,
faz mau uso do fuso,
suo o desuso
o cônico mecânico,
mescla o mico
atômico, cômico
o ódio à prosódia,
a paródia em ode,
no pódio
gira a manivela,
revela a nívea vela,
nivela
toca o totem,
posto no teto,
ao lado do pote
o que pode, pode,
não foge da lida
dali do meu lado
o dado deu dez,
doeu no dedo,
o medo mordeu
Guriri, 20/07/2007
põe a mão no pó,
amassa a massa
manuseia o seio,
faz mau uso do fuso,
suo o desuso
o cônico mecânico,
mescla o mico
atômico, cômico
o ódio à prosódia,
a paródia em ode,
no pódio
gira a manivela,
revela a nívea vela,
nivela
toca o totem,
posto no teto,
ao lado do pote
o que pode, pode,
não foge da lida
dali do meu lado
o dado deu dez,
doeu no dedo,
o medo mordeu
Guriri, 20/07/2007
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Espelho, espelho meu?
talvez não seja eu
na imagem do espelho
o que vejo já não sinto
não sei os temores que me aguardam
sinto-me um guerrilheiro
lutando em vão alguma causa perdida
de uma guerra há muito acabada
não me algemaram
nem me deram pancadas
não me torturaram
em porões imundos, obscuros
escondidos em lugares conhecidos
mas sabidos por pouquíssimos
olho novamente e a imagem some
distorce no espelho
se não sou eu, quem será?
onde estará o homem, a pessoa,
a alma?
quis estar assim, perdido?
a imagem aos poucos volta
clara, concisa, precisa
sim, sou eu! não outro
uma cópia, clone ou gêmeo,
eu mesmo, só!
com as mãos em concha,
cheias d'água, lavo o rosto
a água fria aos poucos me deixa pronto,
desperto
se sou eu no espelho
não sei quem sou
se sou outro
sumiu minha história
se só minha imagem,
então
sumiu o homem,
a pessoa, a alma
ficou só
o vazio
Guriri 13/07/2007
na imagem do espelho
o que vejo já não sinto
não sei os temores que me aguardam
sinto-me um guerrilheiro
lutando em vão alguma causa perdida
de uma guerra há muito acabada
não me algemaram
nem me deram pancadas
não me torturaram
em porões imundos, obscuros
escondidos em lugares conhecidos
mas sabidos por pouquíssimos
olho novamente e a imagem some
distorce no espelho
se não sou eu, quem será?
onde estará o homem, a pessoa,
a alma?
quis estar assim, perdido?
a imagem aos poucos volta
clara, concisa, precisa
sim, sou eu! não outro
uma cópia, clone ou gêmeo,
eu mesmo, só!
com as mãos em concha,
cheias d'água, lavo o rosto
a água fria aos poucos me deixa pronto,
desperto
se sou eu no espelho
não sei quem sou
se sou outro
sumiu minha história
se só minha imagem,
então
sumiu o homem,
a pessoa, a alma
ficou só
o vazio
Guriri 13/07/2007
terça-feira, 10 de julho de 2007
Canto e choro
Vejo que a canção
não te perdeu
Mas que os teus olhos se abriram
e o teu rosto já sorri
E que você brinca e pula
e canta, chora e dança
O choro chorado
que eu faço e tenho
na minha canção
E o beijo apertado
perto do sinal fechado
explodiu no coração
No coração de quem canta
No coraçao de quem chora
No coração de quem dança
No coração cantado
do canto que eu faço e canto
do choro que eu choro e choro
E morrendo se morre agora
embora não esteja na hora
de cantar minha canção.
SP 15/03/82
não te perdeu
Mas que os teus olhos se abriram
e o teu rosto já sorri
E que você brinca e pula
e canta, chora e dança
O choro chorado
que eu faço e tenho
na minha canção
E o beijo apertado
perto do sinal fechado
explodiu no coração
No coração de quem canta
No coraçao de quem chora
No coração de quem dança
No coração cantado
do canto que eu faço e canto
do choro que eu choro e choro
E morrendo se morre agora
embora não esteja na hora
de cantar minha canção.
SP 15/03/82
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Horas curtas
onde a esquina termina
lá onde o tempo se esconde
o vento é uma brisa
a praia estende-se deserta
as ondas se movem caladas
o sol brilha na testa
a rua dorme esquecida
as luzes escuras e mortas
a terra se abre ferida
e eu no momento estou só
bebendo vinho com pão
melancia e guaraná em pó
lá onde o tempo se esconde
o vento é uma brisa
a praia estende-se deserta
as ondas se movem caladas
o sol brilha na testa
a rua dorme esquecida
as luzes escuras e mortas
a terra se abre ferida
e eu no momento estou só
bebendo vinho com pão
melancia e guaraná em pó
Fim de Tarde
Muito tempo já se foi
que as manhãs nasceram
e o sol brilhou sobre as cabeças
sobre o pensamento e a solidão
E a noite vem chegando
e a lua enfeitando
com amores e paixões
Quantas luzes já não vejo
porque se morre o desejo
não consigo mais viver
E o tempo passa
a chuva molha
e a terra toda chora
E lá na praia
vejo o triste entardecer
E a lua mansa
vai saindo
descobrindo
o azul do meu querer
O que se passa
não consigo entender
Se o tempo fôra
bom havia de agora ser
Bem agora
em qualquer hora
o tempo de querer
E nesta tarde
fim da sorte
ver o sol
triste morrer
SP 6/4/82
que as manhãs nasceram
e o sol brilhou sobre as cabeças
sobre o pensamento e a solidão
E a noite vem chegando
e a lua enfeitando
com amores e paixões
Quantas luzes já não vejo
porque se morre o desejo
não consigo mais viver
E o tempo passa
a chuva molha
e a terra toda chora
E lá na praia
vejo o triste entardecer
E a lua mansa
vai saindo
descobrindo
o azul do meu querer
O que se passa
não consigo entender
Se o tempo fôra
bom havia de agora ser
Bem agora
em qualquer hora
o tempo de querer
E nesta tarde
fim da sorte
ver o sol
triste morrer
SP 6/4/82
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