Família é o show da vida
pai, mãe, tio, tia, filha
é o tempo no tempo
uma ilha.
Família é gato, cachorro,
papagaio e periquito,
o santo e o perdido,
o vero e o dito.
Família é cria, eu e você
todo mundo junto,
tudo ao mesmo tanto,
bastando apenas ser.
Família fui, família deixei,
só fiquei, fiquei só,
formei família,
mulher, filho, filha.
Família é paraíso,
é perdição, precisão,
natureza em formação,
aconchego.
Família é grande, pequena,
são três, de dois,
a dois,
a um.
Família é muito,
escurece e esclarece,
mostra a alma,
acalma.
Família é esconderijo,
é ruptura e sonho,
depois de tudo
é tudo.
Guriri, 8/02/.2009
Busca Bum
domingo, 26 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Horas
Se as horas não fossem poucas,
Se os minutos não fossem muitos,
Se o tempo não passasse tão depressa.
Eu estaria agora tomando o meu café,
Você estaria ao meu lado, à mesa,
Pensando estar atrasada, como ontem.
Hoje, eu sei, falta pouco para ir ao final.
E eu corro, louco, na direção contrária.
Se os minutos não fossem poucos,
Se os segundos não fossem muitos,
Se o tempo não passasse,
Eu não saberia onde estou,
Você não estaria lá, a meu lado,
Pensando que houvesse perdido o começo.
E eu sigo, devagar, na direção contrária.
E os contrários se atraem,
Bem e mal,
Yin e Yang,
Príncipio e fim.
Tudo um só, formando as horas,
Os minutos e os segundos.
E, se eu não estivesse lá, ao seu lado,
Não saberia a razão de tomar o meu café,
Nem iria devagar ou correria como louco,
Pensando estar chegando ao final,
Mas apenas atrasado,
Para um novo começo.
A Edson,
Guru e guia de muitos.
Guriri, 09/03/2009
Se os minutos não fossem muitos,
Se o tempo não passasse tão depressa.
Eu estaria agora tomando o meu café,
Você estaria ao meu lado, à mesa,
Pensando estar atrasada, como ontem.
Hoje, eu sei, falta pouco para ir ao final.
E eu corro, louco, na direção contrária.
Se os minutos não fossem poucos,
Se os segundos não fossem muitos,
Se o tempo não passasse,
Eu não saberia onde estou,
Você não estaria lá, a meu lado,
Pensando que houvesse perdido o começo.
E eu sigo, devagar, na direção contrária.
E os contrários se atraem,
Bem e mal,
Yin e Yang,
Príncipio e fim.
Tudo um só, formando as horas,
Os minutos e os segundos.
E, se eu não estivesse lá, ao seu lado,
Não saberia a razão de tomar o meu café,
Nem iria devagar ou correria como louco,
Pensando estar chegando ao final,
Mas apenas atrasado,
Para um novo começo.
A Edson,
Guru e guia de muitos.
Guriri, 09/03/2009
terça-feira, 22 de abril de 2008
Dois vestidinhos
Dois vestidinhos usei
até o dia do meu casamento
palavra meu noivo não disse
dos dois vestidinhos que usei.
Tempo passou desde então
olhando fotos antigas
meus filhos numa foto me viram
com um dos vestidinhos que usei.
Um era o vestido verde
o outro fora vermelho
meu marido olhou e lembrou
dos dois vestidinhos que usei.
E disse tão de repente
que só dois vestinhos eu tinha
que até o casamento
só dois vestidinhos usei.
Joguei fora 59 pares de sapatos
doei o resto que tinha
fui embora, tudo abandonei
só guardei outros dois vestidinhos.
Os filhos em casa ficaram
sem entender por que parti
porque seu pai lembrara
dos dois vestidinhos que usei.
Um homem um dia encontrei
cuidou de mim, me curou
então a casa voltei
com os dois vestidinhos que peguei.
Os filhos muito me abraçaram
junto a eles chorei
disse que fugi de vergonha
dos dois vestidinhos que usei.
Marido palavra não disse
me olhou, abraçou e beijou
pediu que fosse ao quarto
deixasse os dois vestidinhos que levei.
No quarto chorando lembrou
dos tantos anos juntos
o amor que muito tinham
e dos dois vestidinhos que usei.
Que deles nunca falara
pois se fosse muito mais
com certeza não lembrasse
só dos dois vestidinhos que usei.
Abriu um baú e mostrou
guardados ao fundo, no plástico
dois vestinhos de cor
eram os vestidinhos que usei.
Depois que a tampa fechou
abriu-se os olhos em mim
graças a tudo eu dou
pelos dois vestidinhos que usei.
Com eles tive um marido
muitos filhos, tantos vestidos
59 pares de sapatos
depois dos vestidinhos que usei.
Lá fora faz frio e tem névoa
dentro me aqueço e conforto
olho meu marido e filhos
tudo pelo dois vestinhos que usei.
Guriri, 22/04/2008
até o dia do meu casamento
palavra meu noivo não disse
dos dois vestidinhos que usei.
Tempo passou desde então
olhando fotos antigas
meus filhos numa foto me viram
com um dos vestidinhos que usei.
Um era o vestido verde
o outro fora vermelho
meu marido olhou e lembrou
dos dois vestidinhos que usei.
E disse tão de repente
que só dois vestinhos eu tinha
que até o casamento
só dois vestidinhos usei.
Joguei fora 59 pares de sapatos
doei o resto que tinha
fui embora, tudo abandonei
só guardei outros dois vestidinhos.
Os filhos em casa ficaram
sem entender por que parti
porque seu pai lembrara
dos dois vestidinhos que usei.
Um homem um dia encontrei
cuidou de mim, me curou
então a casa voltei
com os dois vestidinhos que peguei.
Os filhos muito me abraçaram
junto a eles chorei
disse que fugi de vergonha
dos dois vestidinhos que usei.
Marido palavra não disse
me olhou, abraçou e beijou
pediu que fosse ao quarto
deixasse os dois vestidinhos que levei.
No quarto chorando lembrou
dos tantos anos juntos
o amor que muito tinham
e dos dois vestidinhos que usei.
Que deles nunca falara
pois se fosse muito mais
com certeza não lembrasse
só dos dois vestidinhos que usei.
Abriu um baú e mostrou
guardados ao fundo, no plástico
dois vestinhos de cor
eram os vestidinhos que usei.
Depois que a tampa fechou
abriu-se os olhos em mim
graças a tudo eu dou
pelos dois vestidinhos que usei.
Com eles tive um marido
muitos filhos, tantos vestidos
59 pares de sapatos
depois dos vestidinhos que usei.
Lá fora faz frio e tem névoa
dentro me aqueço e conforto
olho meu marido e filhos
tudo pelo dois vestinhos que usei.
Guriri, 22/04/2008
domingo, 13 de abril de 2008
O menino-nuvem
Vi um menino na rua
uma luz brilhou a seu lado,
e o menino virou nuvem
para o alto subindo rápido.
Sempre que estou lá fora
olho para o céu de nuvens
e vejo uma nuvem fofa
como sorrindo para mim.
A nuvem tem a face do menino
brincando como quem diz: pegue-me,
mas ele está longe, longe,
e não posso alcançá-lo.
E quando vou à praia,
ou ao parque a passeio
ou indo ao trabalho
o vejo, brincando, lá no alto.
Um dia, escuro de nuvens de chuva,
vi o menino assustado,
apreensivo,
logo ele tão alegre.
Pingos foram caindo,
pouco e pouco chegando ao chão,
o menino tentou fugir,
e aos poucos se desfez.
Uma parte dele foi para o mar,
a parte maior foi para um lago lindo,
para uma floresta foi outra parte,
e outra parte lavou-me a alma.
Guriri 4/4/2008
uma luz brilhou a seu lado,
e o menino virou nuvem
para o alto subindo rápido.
Sempre que estou lá fora
olho para o céu de nuvens
e vejo uma nuvem fofa
como sorrindo para mim.
A nuvem tem a face do menino
brincando como quem diz: pegue-me,
mas ele está longe, longe,
e não posso alcançá-lo.
E quando vou à praia,
ou ao parque a passeio
ou indo ao trabalho
o vejo, brincando, lá no alto.
Um dia, escuro de nuvens de chuva,
vi o menino assustado,
apreensivo,
logo ele tão alegre.
Pingos foram caindo,
pouco e pouco chegando ao chão,
o menino tentou fugir,
e aos poucos se desfez.
Uma parte dele foi para o mar,
a parte maior foi para um lago lindo,
para uma floresta foi outra parte,
e outra parte lavou-me a alma.
Guriri 4/4/2008
O menino-nuvem
Vi um menino na rua
uma luiz brilhou a seu lado,
e o menino virou nuvem
para o alto subindo rápido.
Sempre que estou lá fora
olho para o céu de nuvens
e vejo uma nuvem fofa
como sorrindo para mim.
A nuvem tem a face do menino
brincando como quem diz: pegue-me,
mas ele está longe, longe,
e não posso alcançá-lo.
E quando vou à praia,
ou ao parque a passeio
ou indo ao trabalho
o vejo, brincando, lá no alto.
Um dia, escuro de nuvens de chuva,
vi o menino de cara assustada,
apreensivo,
logo ele tão alegre.
Pingos foram caindo,
pouco e pouco chegando ao chão,
o menino tentou fugir,
e aos poucos se desfez.
Uma parte dele foi para o mar,
a parte maior foi para um lago lindo,
para uma floresta foi outra parte,
e outra parte lavou-me a alma.
uma luiz brilhou a seu lado,
e o menino virou nuvem
para o alto subindo rápido.
Sempre que estou lá fora
olho para o céu de nuvens
e vejo uma nuvem fofa
como sorrindo para mim.
A nuvem tem a face do menino
brincando como quem diz: pegue-me,
mas ele está longe, longe,
e não posso alcançá-lo.
E quando vou à praia,
ou ao parque a passeio
ou indo ao trabalho
o vejo, brincando, lá no alto.
Um dia, escuro de nuvens de chuva,
vi o menino de cara assustada,
apreensivo,
logo ele tão alegre.
Pingos foram caindo,
pouco e pouco chegando ao chão,
o menino tentou fugir,
e aos poucos se desfez.
Uma parte dele foi para o mar,
a parte maior foi para um lago lindo,
para uma floresta foi outra parte,
e outra parte lavou-me a alma.
sábado, 3 de novembro de 2007
Nada e tudo
O pouco explica o tudo
O tudo explica o oco
o oco explica o nada
e o nada permanece incógnito.
A luz é para todos
O brilho para poucos
Viver só se for de susto
Contra a morte tento e luto.
O sábio tudo tenta
Por medo da ignorância
Corre do diabo e da cruz
Pensa que tudo é ciência.
O ignorante sabe muito
Do tanto que desconhece
A prece é de quem cresce
Como quem ouve e esquece.
A maledicência é do povo
Que tudo fala, tudo ouve
Crê na inocência e na verdade
Inveja os poderosos, gosta da caridade.
Então, a noite esconde os loucos
O dia os mostra certos
Nada parece o que é,
E o que é nada parece.
Guriri 02/11/2007
O tudo explica o oco
o oco explica o nada
e o nada permanece incógnito.
A luz é para todos
O brilho para poucos
Viver só se for de susto
Contra a morte tento e luto.
O sábio tudo tenta
Por medo da ignorância
Corre do diabo e da cruz
Pensa que tudo é ciência.
O ignorante sabe muito
Do tanto que desconhece
A prece é de quem cresce
Como quem ouve e esquece.
A maledicência é do povo
Que tudo fala, tudo ouve
Crê na inocência e na verdade
Inveja os poderosos, gosta da caridade.
Então, a noite esconde os loucos
O dia os mostra certos
Nada parece o que é,
E o que é nada parece.
Guriri 02/11/2007
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
A noite passou sem mim
A noite chegou, comprida,
como os compridos dias,
surgida acima das linhas de perfeição
da vida,
e, lentamente,
escurecia as mentes, em metamorfoses.
Se não fosse outra noite tão bela,
talvez não seria a calma do homem,
na calçada.
O cão latindo, latindo, e as cores
girando pela noite.
Se não houvesse outra noite assim,
guardada,
assim perdida entre seres flutuantes,
sem pressa, sem hora, sem ganância
de esperar o dia amanhecer.
A noite silenciou a voz do rádio,
à hora da reza, ave-maria das noites,
sem lua, sem alma, sem bala e com perdão
pelo dia quente.
Seu manto obscuro, boiou à beira do sol de bálsamo.
O homen continuou, mãos no bolso,
na calçada.
O velho e novo se despediram no mesmo momento
das coisas sempre-vivas do bárbaro ofício.
Os ruídos aquietaram-se,
para todos prestarem atenção,
para correrem pelas noites,
dançarem todas as noites,
dormirem todas as noites.
Se a noite fosse assim igual,
passaria assim sem mim,
como sempre passei assim sem ela,
por todas as noites,
por todas as mortes,
todos os fortes.
Assim, na noite.
como os compridos dias,
surgida acima das linhas de perfeição
da vida,
e, lentamente,
escurecia as mentes, em metamorfoses.
Se não fosse outra noite tão bela,
talvez não seria a calma do homem,
na calçada.
O cão latindo, latindo, e as cores
girando pela noite.
Se não houvesse outra noite assim,
guardada,
assim perdida entre seres flutuantes,
sem pressa, sem hora, sem ganância
de esperar o dia amanhecer.
A noite silenciou a voz do rádio,
à hora da reza, ave-maria das noites,
sem lua, sem alma, sem bala e com perdão
pelo dia quente.
Seu manto obscuro, boiou à beira do sol de bálsamo.
O homen continuou, mãos no bolso,
na calçada.
O velho e novo se despediram no mesmo momento
das coisas sempre-vivas do bárbaro ofício.
Os ruídos aquietaram-se,
para todos prestarem atenção,
para correrem pelas noites,
dançarem todas as noites,
dormirem todas as noites.
Se a noite fosse assim igual,
passaria assim sem mim,
como sempre passei assim sem ela,
por todas as noites,
por todas as mortes,
todos os fortes.
Assim, na noite.
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